polêmica: demissão de professor de inglês no Distrito Federal motivada, sugere-se, por homofobia
fonte: globo / blog no ghetto em:
http://www.noghetto.caixadepandora.com.br/2009/02/18/demissao-professor-homossexual/
(fica a referência. ótimo blog)
o enredo em detalhes: nosso personagem, anti-herói naturalista e /ou mártir ultra-romântico (deveras tuberculoso), é (era) professor de inglês, e resolveu aplicar a seus alunos um exercício consistente em ouvir uma música enquanto se acompanha a letra impressa
até aí, nada novo nothing to see here move around
a música: i kissed a girl (kate perry)
a letra: http://www.lyricsmode.com/lyrics/k/katy_perry/i_kissed_a_girl.html
(fica a referência. ótimo blog)
o enredo em detalhes: nosso personagem, anti-herói naturalista e /ou mártir ultra-romântico (deveras tuberculoso), é (era) professor de inglês, e resolveu aplicar a seus alunos um exercício consistente em ouvir uma música enquanto se acompanha a letra impressa
até aí, nada novo nothing to see here move around
a música: i kissed a girl (kate perry)
a letra: http://www.lyricsmode.com/lyrics/k/katy_perry/i_kissed_a_girl.html
(...)
It's not what, I'm used to
Just wanna try you on
I'm curious for you
Caught my attention
I kissed a girl and I liked it
The taste of her cherry chapstick
I kissed a girl just to try it
I hope my boyfriend don't mind it
It felt so wrong
It felt so right
(...)
tudo o que aqui manifesto se funda no aparente, pois não pesquisei a matéria a fundo, e por mais que o faça, toda notícia vem sempre nas cores da sua fonte e esta é uma contradição fundamental (tal qual “por que um deus bom, onipotente e onipresente permitiria existir a maldade?”; ignorá-las é pré-requisito à manutenção da sanidade),
aparentemente, o teor da canção fez surgir uma controvérsia.
tudo o que aqui manifesto se funda no aparente, pois não pesquisei a matéria a fundo, e por mais que o faça, toda notícia vem sempre nas cores da sua fonte e esta é uma contradição fundamental (tal qual “por que um deus bom, onipotente e onipresente permitiria existir a maldade?”; ignorá-las é pré-requisito à manutenção da sanidade),
aparentemente, o teor da canção fez surgir uma controvérsia.
que foi levada à direção da escola
que se manifestou para que fosse mantido o exercício, porém alterada a música
o que foi negado pelo professor, insistente
que foi afastado em seqüência, sem contrato renovado ( = "demitido")
que foi afastado em seqüência, sem contrato renovado ( = "demitido")
se me cabe,
penso ser correto justo ponderado e até por que não magnânimo pensar que a demissão se deu por descumprimento de uma ordem de superior hierárquico, e não necessariamente por motivos subjetivos
igualmente oquei para mim afirmar-se que, ao dar força às vozes que vestiram as lentes da inflamação homofóbica, e não da desobediência profissional, o tipo esvaziou e polemizou uma discussão estéril
mal influenciado pela imprensa faminta e voraz por polêmicas?
ânsia por notoriedade?
sinceramente, não penso que.
há formas diversas pelas quais se apresenta o preconceito. exímio figurinista.
melhor dizendo, maneiras inúmeras das quais fazem uso homens e mulheres contaminados pela cegueira que os leva a distinguir e classificar semelhantes.
sinceramente, não penso que.
há formas diversas pelas quais se apresenta o preconceito. exímio figurinista.
melhor dizendo, maneiras inúmeras das quais fazem uso homens e mulheres contaminados pela cegueira que os leva a distinguir e classificar semelhantes.
não é raro testemunhar a inteligência sapiens sapiens apelar, e o golpe é baixo, a instrumentos de ocultação das verdadeiras intenções do discurso
figuras de linguagem como os eufemismos (“não é chegado”), metonímias (“aids é coisa de bicha”) e metáforas veladas (“esse pitbull é lessie”)
ou ainda desvios de personalidade e discurso, como a hipocrisia e a demagogia
quero dizer,
uma das maiores formas de homofobia – e isso tudo é minha opinião pessoal e leiga, não está em livros nem possui distintas honras – é a condenação politicamente correta da discussão homossexual, ou sexual de qualquer forma.
pois ao alegar-se uma inadequação contextual e ética, pretende-se na verdade impor, dissimuladamente, os seculares costumes cristãos / religiosos e reacionários
como se, à semelhança das explorações espaciais ou cirurgias cerebrais ou missas, houvesse em algum lugar algo escrito que determinasse, intransigentemente, possuirem certas pessoas e personagens sociais o poder exclusivo de abordar certos assuntos
anterior ao próprio pensamento, e em todos os meios impregnado como a sarna, este algo que devemos sempre combater e que chamo aversão-à-tolerância-sexual.
pois mencionar que há homens que fodem homens e mulheres que fodem mulheres e homens e mulheres que transam homens e mulheres deverá mesmo ser algo tão incongruente com a boa ética da sociedade, e chocante e repulsivo e necessariamente difícil e repugnante e polêmico que requeira especiais interlocutores, especiais momentos reverências e formalidades e ritos solenes?
pois não é bem esta a repressão a gerar as mais profundas neuroses, o silêncio que alimenta à mente humana estupros, exploração sexual, discriminação e violência?
"Será que era “realmente” necessário utilizar uma música que, além do aprendizado, traz uma temática que já é, no mínimo, polêmica para os estudantes? Afinal, a aula era de inglês ou educação sexual?
(...)
Não acredito que a melhor maneira de oferecer uma educação livre de preconceitos seja “escrachando o mundo” para pré-adolescentes. (...) Não cabe a um professor de inglês discutir orientação sexual em sala de aula."
especificamente, me incomoda não o texto ou a intenção, mas este desvio de abordagem, esta possibilidade desperdiçada e negada de evolução ainda maior à idéia e ao tema.
para mim, qualquer um pode abordar a sexualidade.
vem estampada nos menores atos.
faixa etária?
outdoor; homem e mulher dividem um sofá semi-dobrados, suados; outro em que a moça de biquíni e óculos escuros fita o horizonte enquanto o moço de sunga a observa em perspectiva
novela; rapaz era bicha, mas melhorou e pegou a débora secco; cinema, big brother, mtv ou até, veja!, capas de revistas
ou talvez a barbie e o ken (e já repararam no tamanho das roupas nas bonecas de uns 10 ou 15 anos pra cá?) ou a carla peres ou o orkut ou o vídeo do boiola do fresno no youtube ou o pânico ou os mamonas assassinas ou o baile no programa da xuxa,
tudo é sexual.
em todas as idades!
casais amores apelo desejo
vontades
vontades
vontades
salvo exceções gritantes, e a meu ver uma aula de língua estrangeira para adolescentes não se trata necessariamente de uma exceção gritante, qualquer pessoa deveria a qualquer momento poder abordar a sexualidade.
somos existências essencialmente sexuais, preocupadas ao menor movimento dos dedos com elementos oriundos ou destinados ao sexo.
é algo que nos marca sem que pensemos ou exerçamos qualquer racionalidade,
figuras de linguagem como os eufemismos (“não é chegado”), metonímias (“aids é coisa de bicha”) e metáforas veladas (“esse pitbull é lessie”)
ou ainda desvios de personalidade e discurso, como a hipocrisia e a demagogia
quero dizer,
uma das maiores formas de homofobia – e isso tudo é minha opinião pessoal e leiga, não está em livros nem possui distintas honras – é a condenação politicamente correta da discussão homossexual, ou sexual de qualquer forma.
pois ao alegar-se uma inadequação contextual e ética, pretende-se na verdade impor, dissimuladamente, os seculares costumes cristãos / religiosos e reacionários
como se, à semelhança das explorações espaciais ou cirurgias cerebrais ou missas, houvesse em algum lugar algo escrito que determinasse, intransigentemente, possuirem certas pessoas e personagens sociais o poder exclusivo de abordar certos assuntos
anterior ao próprio pensamento, e em todos os meios impregnado como a sarna, este algo que devemos sempre combater e que chamo aversão-à-tolerância-sexual.
pois mencionar que há homens que fodem homens e mulheres que fodem mulheres e homens e mulheres que transam homens e mulheres deverá mesmo ser algo tão incongruente com a boa ética da sociedade, e chocante e repulsivo e necessariamente difícil e repugnante e polêmico que requeira especiais interlocutores, especiais momentos reverências e formalidades e ritos solenes?
pois não é bem esta a repressão a gerar as mais profundas neuroses, o silêncio que alimenta à mente humana estupros, exploração sexual, discriminação e violência?
"Será que era “realmente” necessário utilizar uma música que, além do aprendizado, traz uma temática que já é, no mínimo, polêmica para os estudantes? Afinal, a aula era de inglês ou educação sexual?
(...)
Não acredito que a melhor maneira de oferecer uma educação livre de preconceitos seja “escrachando o mundo” para pré-adolescentes. (...) Não cabe a um professor de inglês discutir orientação sexual em sala de aula."
especificamente, me incomoda não o texto ou a intenção, mas este desvio de abordagem, esta possibilidade desperdiçada e negada de evolução ainda maior à idéia e ao tema.
para mim, qualquer um pode abordar a sexualidade.
vem estampada nos menores atos.
faixa etária?
outdoor; homem e mulher dividem um sofá semi-dobrados, suados; outro em que a moça de biquíni e óculos escuros fita o horizonte enquanto o moço de sunga a observa em perspectiva
novela; rapaz era bicha, mas melhorou e pegou a débora secco; cinema, big brother, mtv ou até, veja!, capas de revistas
ou talvez a barbie e o ken (e já repararam no tamanho das roupas nas bonecas de uns 10 ou 15 anos pra cá?) ou a carla peres ou o orkut ou o vídeo do boiola do fresno no youtube ou o pânico ou os mamonas assassinas ou o baile no programa da xuxa,
tudo é sexual.
em todas as idades!
casais amores apelo desejo
vontades
vontades
vontades
salvo exceções gritantes, e a meu ver uma aula de língua estrangeira para adolescentes não se trata necessariamente de uma exceção gritante, qualquer pessoa deveria a qualquer momento poder abordar a sexualidade.
somos existências essencialmente sexuais, preocupadas ao menor movimento dos dedos com elementos oriundos ou destinados ao sexo.
é algo que nos marca sem que pensemos ou exerçamos qualquer racionalidade,
instintos.
freiras e padres têm libido.
todos nós em maior ou menor proporção já estivemos na situação de falar a um público, e ao ler a notícia me perguntei de imediato - quem saberá o quanto aquilo era apropriado ou não?
obviamente, e já mencionado, toda notícia já nos chega filtrada pelo pensamento de alguém (vide "bíblia sagrada", vols. I e II)
e assim já chegou ao escritor a quem me conecto agora em resposta
e assim desde tempos imemoriais é e será,
mas
freiras e padres têm libido.
todos nós em maior ou menor proporção já estivemos na situação de falar a um público, e ao ler a notícia me perguntei de imediato - quem saberá o quanto aquilo era apropriado ou não?
obviamente, e já mencionado, toda notícia já nos chega filtrada pelo pensamento de alguém (vide "bíblia sagrada", vols. I e II)
e assim já chegou ao escritor a quem me conecto agora em resposta
e assim desde tempos imemoriais é e será,
mas
será que a questão sexual não havia sido abordada antes?
não seria aquele um tema já recorrente àquele grupo de pessoas? um assunto em voga, coerente com o meio?
não teria aquele indivíduo praticado, de fato, pedagogia?
fosse uma malemolente canção heterossexual de elvis presley, estaríamos a discutir o assunto? sob os mesmos parâmetros?
não.
seria outra a discussão.
o que deixa bem claro o elemento sexista no evento, cuja natureza primeira foi a de incidente trabalhista, mas cujos desdobramentos posteriores denotam clara manifestação de aversão ao homossexualismo.
conheço, não ignoro as limitações do mundo real
mas penso que, à parte as palpáveis concretas ponderadas possibilidades, devemos sempre buscar o ideal
e no mundo ideal, qualquer um falaria de sexo, a qualquer hora, qualquer que fosse o interlocutor
como em velórios falamos de futebol.
(e não necessariamente concordamos)
5 comentários:
biba punheteira
hahahaha
Giu, sempre construtivo.
Concordo que "no mundo ideal, qualquer um falaria de sexo, a qualquer hora, qualquer que fosse o interlocutor" ... e, sinceramente, não tenho nenhum pudor em falar de minha(s) sexualidade(s) .. mas quando o assunto surge, naturalmente!
Da forma como vi a entrevista e a notícia, me pareceu tudo meio forçado!!!
PS: Coisa boa ver algo escrito por mim reverberando por aí.. ou nocaso, aqui! Abraço!
surte sempre(!)
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