uma vez me visitou um beija-flor
melodioso em sua insólita reminiscente imagem fugaz de existência
beat acelerado
death punk psy trance electroskyfuck
entrou na varanda pela janela, sem cerimônias porém polido, graciosamente flutuou pelos ares dançando cada um de seus apertados centímetros
e me perdi a pensar na leveza das coisas certas
as que não dependem de nada para serem
simplesmente são
(complicada insanidade)
talvez num reino distante pretérito e algo menos confuso uma rainha triste tenha ordenado às fadas e bruxas que sumissem com todo o amor do mundo e o trancassem onde não pudesse nunca mais fazer doer
e tenham elas escolhido para tal o ser vivo da mais arredia beleza
a que não se toca
(se podemos aprisionar dos pássaros o corpo mas nunca a arte)
o pouso em vôo!
a graça mágica anti-gravitacional
em asas e dança rápidas
como o vento
o pensamento
um bom momento
o clipe na televisão;
para cada sim um não
para cada lua um sol
o fim dos versos em prol
da própria poesia, e então
adentrou minha casa minha vida meu final de tarde o pássaro magnânimo e gentil
sua indiferença quente-lilás
sua aura intocável impenetrável indissolúvel
hermética
etérea
e quando finalmente acostumei-me à idéia
voou embora
para sempre
me visitou o beija-flor
só uma vez
2 comentários:
Ah meu amor...
ah, amor dela.
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