07 junho 2010

que me ouça falar dos meus medos
dar voz à criança assustada
que chora na hora errada
carente frágil pingente
como a bomba no meu peito a explodir flores
a semana clama
amena
me derrama humanidade em instantes cinzas
sinto a dor de uma saudade adiantada
da estação inacabada
da memória que não tive
tal a mobília esquecida no canto da sala, os tons ao pó e ao tempo perderam sabor
sinto-me opaco
mas evito tocar o sentimento
olhá-lo nos olhos sentir-lhe os traços
em contrário, escolho passos azulados
cegos desconcertados
a paz tornou-se advérbio
advérbio mais-que-imperfeito
que agora exista
eu sou a sombra do poeta


não me condeno.


05/05/2010

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