23 outubro 2009

até outro dia, ainda era quente a memória
como lençóis à madrugada revolta
de um dissabor desta alma
ora confessa
sobre os pés 27 primaveras,
insuperável limitação

desde a tenra infância, em algum momento de cuja precisão certamente disporiam em dezenas de horas caras psicólogos psiquiatras terapeutas mediúnicos sacerdotes e por que não crianças lesadas da boca e putas, trouxe na alma a cicatriz
recordo apenas que caí
e que caía
e que havi-havi-havia um certo
medo
muito grande e feio e verde-oliva-blues
como a criança frustrada nega o monstro, odiei em pensamento e anos mancos a existência, o sublime prazer e até a própria concepção do objeto
como quem questiona
magoado
o mais belo pôr do sol da década...

por dentro, torcia calado.
pelo dia
e pela alma
boa e ágil
que me desse às mãos um pedaço do céu
(ainda que nuvem)

pois que.
pela segunda vez em dias,
sinto contente a brisa malucar minha cara
e o trepidar das pedrinhas e raízes
sobre a grama, doce
e o desviar de pombas-bebê
e de crianças-kamikaze
e suas mães, grávidas e suadas
e os conceitos de poema que há num dia azul no parque
são respostas
tão sólidas quanto existir-se
quase tanto quanto a própria liberdade
à livre idade,



eu hoje andei de bicicleta.
domingo 18outubro09

2 comentários:

phant disse...

ventinho-na-cara
birds
children
love
lovie

rodrigo maceira disse...

grande!