derretia o gelo mexendo em obsessivo-compulsivos círculos o canudo verde e branco no copo amarelado
sentado em meio à praça de alimentação do mais-um-shopping-center enfiado nas encostas da avenida maior
a admirar a precisão do ponto onde, hipnotizado, observava-a dançarina e lindamente absorta trabalhar
pensava no quão inconscientes do fato vivem suas vidas as pessoas
ela
eu
levanto os olhos vejo um cidadão passar
comum prosaico distraído e certamente plano
CASH RULES EVERY THING
sua camiseta diz
e eu lhe digo
não é bem por aí, meu chapa
o copo acabou em espuma e as apressadas formigas sóbrias por demais caminham rápido
é hora do rush
há que temer e se curvar à magnitude do deus-trânsito
a culpa, a novela, o jantar
e a conversa alheia enlouquece
me consome embaralhada helicoidal e esquizofrênica alucinação sonora
as frases soltas ligações banalidades compras lamentos suspiros de uma noite quente de primavera na babilônia
me pergunto o que sou eu
do que sou feito
pra onde vamos, afinal
mas se lhe parecer que alarmo
e prenuncio à toda a ingênua beleza o triste fim,
não se engane tanto o passo
a caneta é cega
e furtada
como a cor e o gosto doce da esperança
a minha parte, enlouquecer
alimentar-me e digerir-lhes versos verdes.
3 comentários:
o que não faz uma bic verde entre os dedos de um poeta nessa vida minha...
não se engane tanto o passo
a caneta é cega
e furtada
como a cor e o gosto doce da esperança
voltei
. na sequidão de ventres,
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